sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Nem vem tirar meu riso frouxo

Eu to andando por aí com meu carro usado. Bem pouco fútil, bem pouco caro. Andando pelas ruas agitadas  com um ar de quem acabou de comprar um sapato incrível. Meu cabelo tá solto, e eu mais solta ainda. Minha cara lavada mostra a beleza que eu sei que tenho. Não por egocentrismo, não por me achar melhor, mas só por gostar do que eu vejo no reflexo, agora um pouco mais que antes.

Não pareço em nada aquela garota metade que eu fui. Metade bem, metade feliz, metade alguma coisa que não fazia diferença no mundo. Sem planos. Sem metas. Eu pensei em empurrar a vida. Em deixar ela me levar. Sentada, parada, só olhando, e não vivendo, como é claro que tem que ser.

Mas uma coisa batucou aqui dentro, quando eu olhei pros lados e vi que nada espera quem não quer andar pelo caminho que leva pro futuro. Eu vi que ninguém espera, todos continuam. Só eu ficaria concretada nesse medo do mundo, do novo. Só eu restaria do fundo desse poço de desânimo e falta de esperança. E que lugar triste de estar.

A gente caminha um tanto na vida pra achar coisas que nos façam bem. E cair nas esquinas faz parte. Levantar depois de alguns quarterões é necessário. Pra cair de novo, e de novo. Por muitas vezes pelo trajeto. Mas é isso. A vida é isso. Um eterno recomeçar.

E eu passei a ser melhor quando entendi isso. Começou a ter um brilho dentro do meu eu, que agora reluz o meu querer estar no mundo cada dia mais viva. Mais aparente. Sem que nada tire minha alegria. Quero que o resto me veja e queira estar tão bem quanto eu. Por mais que o destino me reserve algumas quedas. Quem me conhece sabe, na minha vida tem uma placa que sinaliza a minha verdade: Eu sou feliz. E ponto.

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