quinta-feira, 8 de novembro de 2012

She will be loved


Sabe...Talvez eu tenha sido um pouco dura comigo mesma, talvez os mares agitados não mereçam tanta preocupação, e os ventos que fazem as janelas balançarem não sejam dignos de lágrimas na calada da noite.  Quem sabe os verdadeiros motivos do choro e da insonia, estejam já com o prazo de validade, e eu esteja sofrendo por coisas pequenas. Quem sabe o meu coração já foi concertado, e todas as cicatrizes estejam mais suaves, acho que nem dá para vê-las mais.

Olho pela vidraça já embaçada, e lá longe as folhas estão caindo, como cada parte do meu corpo nos dias frios e chuvosos que tua ausência pousou em mim.

Respingos no assoalho me lembram o chão do banheiro em todos aqueles meses que passei, com uma linha de vida, apenas uma fagulha de esperança, apenas um suspiro que por vezes me acalmava. As folhas de caderno com seu nome e uns corações queimaram rápido na lareira, e pela ultima vez algo que vinha de você me esquentava, tão raso comparado a todo sentimento que tínhamos.

Deixamos tudo ir por tão pouco, caindo das nuvens numa velocidade assustadora, e cortando em mil não só o coração mas tudo. As idéias as vontades, os sonhos. È, talvez eu realmente tenha sido dura comigo mesma, nada daquilo foi culpa só minha, estávamos os dois na beira do abismo, e eu me joguei, esperando sua mão na minha. Tive que encarar o concreto sem você, e vê-lo, lá debaixo. Você teve medo, e eu vi naquele momento o abismo que nos separava, e que separava nossos sentimentos tão diferentes, e tão desproporcionais.

Eu me concertei sozinha, e fui dura comigo mesma. Porém, olhe pela vidraça embaçada, aqui dentro estou de pé, não há mais lágrimas em meus olhos, e nem culpa dentro do meu coração.
Não importa quanto tempo demorei pra me recompor, estou viva, e pronta, pra um novo começo. E que por gentileza, dessa vez, seja doce, e verdadeiro. Melhor que isso, só durando até o fim da vida.

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