quinta-feira, 19 de junho de 2014

Dentro das quatro linhas


Primeiro o Corinthians me escolheu. Depois eu escolhi o futebol.

Era último jogo do campeonato brasileiro, um time pequeno contra 30 milhões de corações desesperados por uma vitória. Ela não veio, e eu chorei o rebaixamento na frente da Tv, junto com a multidão apaixonada, que antes ama o time, depois o esporte. Meu apreço pelo futebol começou assim, no meio de uma crise do meu clube de coração.

Meu pai é palmeiras desde pequeno, mas eu não fui acostumada a ver ele torcendo de verdade pelo time. Logo, nunca me senti atraída pelo esporte, considerando que eu sou mulher, isso não chega a ser uma surpresa. Mas aqui no Brasil, não importa se é menino ou menina, a primeira pergunta que os tios/amigos da família fazem é pra qual time você torce, e dependendo da sua resposta, a conversa vira uma competição pra ver quem leva mais uma pro lado deles. Comigo não foi diferente, e eu que sempre fui do tipo que gosta do estrago, respondi que era Corinthians, por capricho mesmo.

Mas o que eu não sabia era a proporção que aquilo ia tomar, meus primos ( que são fanáticos pelo timão) passaram a me chamar pra ver os jogos, me ensinar o que era o que entre as traves daquele gramado enorme. E eu nem aí pra aquilo tudo. Meu pai, fingia uma revolta pela minha escolha, e ria junto com os amigos todas as vezes que eu me declarava parte da segunda maior torcida do país.

Eu até gostava da competição, com o tempo aprendi a entender de futebol, a sentir aquilo que parecia tão alheio á minha realidade no começo. Mas foi só em meados de 2007 que a paixão aflorou mesmo. Sofri cada partida, do rebaixamento á volta pra série A, aumentei minha coleção de camisetas, e passei a berrar o nome de cada jogador em campo e no banco. Consequentemente, o esporte se tornou um amor particular.

Confesso que hoje, não sou do tipo que assiste tudo, que tá por dentro de quem foi pra Europa e quem trocou de casa, me limito a acompanhar a fase ( não tão boa) do meu time). Mas em época de copa, eu vibro cada bom jogo, defendo a equipe que foi bem (mas não o suficiente pra ganhar), reclamo de falta não marcada, viro pro lado pra dizer que estava impedido sim.

E se você não compartilha do mesmo gosto futebolístico que eu, tudo ok. Zuação, cornetagem, e piadinhas estão liberadas. Só isso. A gente se divide no futebol pra ele ficar mais divertido, mas no final estamos todos na arquibancada, olhando pra uma bola que passeia nos campo procurando a rede. Tentando liberar o que fica preso na garganta nos 90 minutos, e enfim gritar, postar, chorar que foi gol. Ou melhor: FOI GOL CARALHO!!!

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