domingo, 30 de março de 2014

Ainda estamos no séc. XXI

Eu apaguei e reescrevi esse texto tantas vezes que não pude mais contar. Hora parecia simplista demais, hora parecia hipócrita demais. No mundo que a gente vive, escrever sobre temas tão ardidos, é dar um tiro no escuro. Mas eu resolvi dar o tiro, digo, dar o enter.

Algumas semanas atrás eu li alguns artigos sobre feminismo e vi  videos sobre o assunto, posso dizer que fiquei extremamente surpresa pelo que li, e vi. Concordei com alguns pontos e descordei de outros, começando pelo nome do movimento. Prefiro o termo " igualdade dos sexos" ao invés de feminismo. Mas não cabe á mim decidir sobre isso.

Me interessei por esse assunto devido á recente explosão do movimento, que ganhou força nos últimos dias com as noticias sobre estupro e assédio ás mulheres em trens e metrôs das grandes cidades. Nunca o direito de ser mulher plenamente foi tão exposto nas redes sociais e lá fora também, uma pesquisa em particular jogou mais lenha nessa discussão, apontando que grande parte da população acredita que as mulheres que se vestem "inapropriadamente" merecem ser estupradas.

O feminismo, na sua essência, defende que a mulher deve ter os mesmo direitos que os homens na sociedade, e que possuem o comando do próprio corpo. Logo, não cabe as pessoas alheias a uma mulher em especifico, saber se ela é ou não merecedora de um violência como esta. Acredito que todos, independente de qualquer coisa, não merece violência alguma, em hipótese alguma. Isso é indiscutível, e é penoso saber que uma parcela considerável da população, acredite no contrário.

Mas devemos pensar nisso como qualquer outro perigo que estamos expostos na sociedade violenta em que vivemos. Nenhum de nós gosta de ser assaltado, nenhum de nós gostaria de sofrer um golpe, mas estamos sujeitos á eles, infelizmente. Existem duas opções: sair as ruas, alimentar um movimento e tentar de todas as formas aniquilar a violência e o crime, ou nos precaver o máximo possível para que não soframos com tais transgressões. A primeira é bem mais atrativa e revolucionária, confesso que pessoalmente meu espirito de justiça a escolheria, mas sabemos ( por exemplos recentes, como os protestos do ano passado) que o esforço é imenso e os resultados não muito animadores.

Do mesmo modo, enxergo que nós mulheres temos sim o direito de nos vestir do jeito que quisermos, até nuas se for o caso, e ainda assim não sermos estupradas. Mas é preciso que tenhamos cuidado, cautela. Digamos que você tenha de atravessar a cidade, e existem dois caminhos, o mais rápido, por ruas vazias e perigosas, e o mais comprido, por avenidas movimentas e seguras. Não é logico o que se deve fazer? Logo, você pode vestir- se com roupas curtas que deixem seu belo corpo á mostra, você estará linda, porém sujeita a olhares indiscretos e situações bem piores. Ou você pode escolher um dia melhor para usar as suas roupas preferidas, um dia que não esteja tão exposta á coisas assim.

Não estou dizendo que o que devemos fazer e tapar o sol com a peneira e apenas nos trancar em nós mesmas, mas enquanto não existem leis severas sendo votadas no congresso para agressores sexuais, mais pessoas decentes circulando pelas estações do país, e principalmente uma igualdade real entre os sexos, o mais sensato a fazer é se proteger. E sonhar que nossas filhas, netas e sobrinhas possam sair tranquilamente de saia rodada por aí.

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