quinta-feira, 3 de julho de 2014

Será só imaginação?

(texto postado na tag "Entre a Gente" do blog da linda Fernanda Campos <3)


É comprovado cientificamente. Em cada 10 relacionamentos imaginários, meio vinga. A outra parte deste, você percebe depois que não é o que pensou no inicio e aí não conta na conta. Entende?

O nosso cérebro tem a incrível capacidade de planejar um casamento perfeito depois de uma boa conversa de balada. E não adianta falar que não é desse tipo, que não cria expectativa nunca. Você pode até ( assim como eu) ter apanhado muito da sua própria mente bagunceira, e perceber a linha tênue entre realidade e imaginação. Mas infelizmente ainda não inventaram o antídoto que cure o mal da ilusão.
Chego a rir de nervoso cada vez que lembro das tristezas que inventei. E as histórias que paravam na metade, antes mesmo de alguém dizer "era uma vez". Alias, é de praxe colocar a culpa dos contos, filmes e series que acompanharam as fases da vida de cada um. Não deixa de ser verdade, mas se isentar da culpa das nossas decepções é, no minimo, covardia.

A lista das pedrinhas que o ser humano segue no caminho (gradativo) da ilusão é vasta. Um apego besta que a gente pega no outro. Laços invisíveis que são criados em volta de nós. Uma bolha de sentimento que é estourada cada vez que toca em algo sólido. Horas iguais. Sonhos (daqueles que a gente tem a noite, sabe?) quase palpáveis. Piscadelas. Sorrisinhos. Conversas de elevador, de ônibus, de fila do banco. Ah, e as mensagens de madrugada? Essas são recordistas nestas coisas que fazem o coração bater num compasso que canta desesperadamente a esperança de finalmente ser.

Mas no fim não é. Vez ou outra por sorte (ou benção, como prefiro acreditar) a gente esbarra numa oportunidade real. Geralmente o sujeito não se toca. E assim é bem melhor. É aquela velha historia de ler o livro e achar o filme uma porcaria. Quando a gente sabe (ou acha que sabe) o roteiro, o enredo, o rumo que vai tomar aquilo tudo, é previsível, é chato. E quase sempre, decepcionante.

Sou das que preferem escolher um titulo qualquer e dar o play. Tento ser assim na vida, tento incansavelmente. Das vezes que consigo, comprovo: o clichê é verdadeiro. Entre a surpresa e a decepção, a primeira é bem mais vantajosa.

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