segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Depois do fim


Prometi pra mim que não escreveria mais nada sobre você, pelo menos por um tempo. Mas não dá. Escrever é como organizar o que eu sinto, tira um tonelada de entulho do meu coração. E tem muita coisa acumulando aqui dentro sobre você, se eu não esvaziar corro o risco de ficar maluca.

Logo, cá estou eu, sendo sincera como não consigo ser com ninguém.

Primeiramente, eu tô sofrendo pra caralho. Cara, eu fui do céu ao inferno num espaço de tempo relativamente curto. E agora tô perdida. Nem te culpo, te agradeci e agradeço pela honestidade e coragem em não me iludir, mas isso não anula meus sentimentos. Não apaga as lembranças, os planos. O que eu consegui apagar foi o histórico de conversas, suas fotos, nossas musicas, essas coisas eu apaguei. Mas você, bom... Você tá impregnado nas paredes da minha vida. E eu não sei o que fazer.

Quando eu tive certeza que tinha acabado, foi como se alguém arrancasse todos os meus órgãos vitais de uma vez só. Faltou o ar, sobrou o choro. Minha cabeça pareceu que ia explodir, enquanto o meu peito já tinha se estraçalhado em pedacinhos. Ouvir sua voz embargada em lágrimas no outro lado do telefone fez tudo parecer infinitamente mais difícil. Eu me vi numa montanha de palavras soltas que eu queria te dizer, mas tava atordoada demais pra conseguir fazer algum sentido.

Foi muito ruim sentir tudo aquilo.

Poxa, eu só queria que tudo fosse perfeito. Queria que a gente tivesse tempo, que as coisas se encaixassem de vez. Queria que não existissem outras questões muito mais complicadas no meio da gente. Queria que a gente existisse de novo.

Só que a vida não é uma fábrica de realização de desejos, como diria John Green. E é um saco. Uma merda mesmo.

Eu tô chateada, tô magoada, tô pela metade. Só consigo me agarrar na esperança de te ter de volta, por que na verdade essa é a opção mais bonita. A outra, é viver uma vida certa de que ninguém vai me fazer feliz como você. Minha mãe disse que isso é bobagem, exagero sem tamanho. Talvez seja mesmo. Mas se a vida orquestrou toda esse espetáculo pra que o fim fosse trágico pra mim, ora, eu tenho o direito de dramatizar o quanto eu quiser.

Quando fecharem as cortinas, quem sabe eu entenda o motivo disso tudo. Por enquanto eu cato meus pedaços, engulo a saudade e torço pra te ver brilhar no palco. E espero, ansiosamente, a minha vez de ser aplaudida. Com ou sem você.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto, gostei da maneira que se expressa.... Conheci sei blog através da indicação de uma amiga sua, e adorei... Abraços...

    http://menteaberttatextos.blogspot.com.br/

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  2. Lindo texto, passo por essas coisas também .. :\

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