domingo, 25 de janeiro de 2015

Conclusão


Eis um fato relevante sobre a vida: eu me apaixono com pouquíssima frequência. Observando os últimos cinco anos de minha vida, caio de amores por alguém de doze em doze meses. Mais ou menos. Considerando todas as vezes que isso ocorreu, analisando suas causas e botando em pauta os motivos, quase todas as vezes foi por que eu realmente queria aquela pessoa totalmente em minha vida. Não ter dado certo com eles é assunto pra outra ocasião. No momento, quero falar apenas de você.


Eu me conheço, sabe? Sou do tipo que analisa muito o próprio comportamento, logo, sei quais tipinhos cafajestes me enganam, e quais príncipes disfarçados me encantam. Ora, você não se encaixa em nenhum dos quesitos. Você era um cara neutro na minha vida, colocado em algum canto do peito pelo mérito de ser divertido e conveniente. Nunca pensei em "nós". Sei que nas noites de declarações calorosas eu disse que desde o primeiro olhar algo mexeu comigo, mas era pura melação de quem quer a todo custo manter a pessoa perto. Coisa de gente que não se dá o valor, e espera á todo custo ter um valor pra alguém. Acontece nas melhores famílias. 

Uma série de eventos milimetricamente coordenados pelas forças do universo me levou pra uma vala de carência absurda. De tal forma, que fez com que eu imaginasse um estalo interior que me conduzia pra você, enquanto eu abandonava minha sã consciência e pensava que estava, de verdade, apaixonada por ti. 

Nada contra sua personalidade, até por que eu não sou lá a melhor das pessoas, mas analisando hoje, apos todo esse auê que eu aprontei, você não é nem de longe alguém que eu planejaria uma vida. Nós enxergamos tudo de maneira muito muito muito diferente. Nós gostamos da presença de pessoas diferentes, damos valor á coisas diferentes, e fala sério, nossa situação humana atual (digo, economicamente, maturidade, espiritualidade) é absurdamente oposta. Não quer dizer que sou melhor ou pior que você, significa apenas que não temos, nunca tivemos, e nunca teremos nada a ver um com o outro.

Então, por que sofri tanto? Por que trocamos tantas mensagens com dizeres amorosos? Por que embarcamos nisso? Respondo, meu caro: somos carentes. Eu estava desesperada por amor, e a qualquer sinal dele ( mesmo que errôneo) eu não hesitei e joguei todas as cartas na mesa, e você aceitou tudo, acredito que pelos mesmos motivos que eu. 

Não desmereço nada que vivemos. Sou dessas que crê que toda experiencia é muito valiosa, e certamente me serviu pra alguma coisa ter sentido tudo o que senti. Mas não era amor. Seria digno dizer que fomos uma história arrebatadora, que no meio de uma chuva eu disse adeus, e ali soubemos que o amor tinha acabado. Seria digno, mas não real. Fomos um equívoco, um tropeço no meio do caminho, e o amor é muito diferente disso. Nos meus sonhos, teorias, filmes e livros, o amor que eu sempre desejei é calmo, quentinho e duradouro. 

Bem diferente da gente.

2 comentários:

  1. Não sei de verdade se é bom ou ruim quando um relacionamento assim termina. As vezes até entramos conscientes que ambos estamos namorando apenas para suprir carícias. Mas um relacionamento é muito mais que isso... Mas fazer o quê, bola para frente agora, né?

    http://menteaberttatextos.blogspot.com.br/

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