sábado, 21 de junho de 2014

Os laços invisíveis



Sempre fui do tipo que conversava fácil com qualquer um na rua. Quando pequena, fazia sucesso nos corredores de supermercados com um sorriso gratuito e respostas engraçadinhas. Os numerais da minha idade foram aumentando e eu fui moldando essa habilidade pra conseguir me manter sempre enturmada em todo canto que eu fosse.

Mas o mundo é um lugar amargo ás vezes, e as pessoas acabam cometendo atitudes que tomam o brilho de qualquer um. Amigos que me passaram a perna, gente que usou da minha boa vontade e depois foi embora, como se por trás dessa casca não batesse um coração. Eu acabei deixando cada pedacinho puro pra trás, e me fechei pra qualquer afeto externo que viesse em minha direção.

A adolescência chegou, com a explosão de hormônios e os efeitos colaterais disso. Passei a limitar o contato que teria com as pessoas que eu cinicamente chamava de amigos, por conforto próprio. Pra não me auto rotular solitária, eu passei a inventar amizades que não existiam de verdade.

Foi aí que eu conheci minha melhor amiga. Ela era uma garota vinda do interior, com a mesma pureza que um dia eu deixei escapar. O mesmo sorriso besta, a mesma facilidade pra se relacionar, mas sem nenhuma cicatriz que denunciasse as mesmas decepções que eu tive. Me reconheci nela, e num ato de desespero, tentando salvá-la dela mesma, eu me aproximei. Que tola, eu é que fui salva.

De pouquinho ela foi me ensinando a rir, a confiar. Me mostrou que todo mundo erra, e que as vezes é totalmente sem intenção (só as vezes). E o mais importante, se uma pessoa te fez mal, não culpe os outros 7 bilhões por isso. É injusto. Com eles, e com você.

2 comentários:

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    1. sim, mas o melhor a fazer é descartar quem faz mal e continuar tentando, sempre! tô seguindo o seu tbm, coisa linda ele <3

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